domingo, 3 de maio de 2009


Penélope




Tinha ela um amor. Um amor de Penélope. Não a Charmosa, mas a filha de Ícaro e Periboea. A que tecia durante o dia e desmanchava ao anoitecer. Sempre tecendo a espera de seu Ulisses que navegava em busca de aventuras em mares distantes, guerreando em Tróia.


Vez ou outra um postal. Seu peito ardia de felicidade ao receber notícias do amado, sabendo que dela ele não se esquecera. Era como se o resto do mundo não existisse e tudo fosse mágico, se enchia de amor e saudade. Logo vinha a realidade, e se enchia de tristeza e dúvidas. Tanto o amor quanto a dor aumentavam.


E um homem que andava em terras próximas se aproximou, mostrando-a a beleza terrena. Ela que há muito admirava e se encantava, com certo medo, pelo mar e seus mistérios, se viu frente a força e o conforto da terra.


Certo dia, o mar traz Ulisses de volta. Quando ela o vê tem seu coração disparado, mãos suadas e a mente confusa. Mistério e aventura de um lado. De outro, racionalidade e segurança. Um certo, outro incerto.


E a escolha, qual será?

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